Eleições 2018: intenção de voto para presidente no primeiro semestre

Por Mayara Rachid*

Pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 06 e 07 de junho sobre a intenção de votos nos pré-candidatos à presidência mostrava que, apesar da incerteza sobre o futuro do ex-presidente Lula, o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores mantinha a liderança com 30% dos votos, contra 17% de Jair Bolsonaro (PSL). Em seguida apareciam, respectivamente, Marina Silva (REDE) com 10%, e Ciro Gomes (PDT) empatado com Geraldo Alckmin (PSDB), ambos com 6%.

Com a incerteza a respeito da candidatura do ex-presidente que está preso desde abril deste ano, acusado por corrupção e lavagem de dinheiro, as pesquisas de opinião das Eleições de 2018 têm utilizado diversos cenários para prever a possível migração dos votos de Lula caso sua candidatura seja impugnada.

O cenário se altera quando o ex-presidente fica de fora da disputa: nesse caso, Marina Silva passa a receber 15% dos votos, seguida por Ciro Gomes, com 10%, e Geraldo Alckmin, com 7%. Já a inteção de votos em Jair Bolsonaro é pouco afetada, atingindo 19%.

Gráfico 1 – Pesquisa sobre intenção de voto nos principais pré-candidatos à presidência

Fonte: elaboração pelo grupo de pesquisa do CESOP no Observatório das Eleições 2018.

Na pesquisa anterior, realizada entre 11 e 13 de abril, o candidato do Partido dos Trabalhadores contava com 31% da intenção de votos contra 15% de Jair Bolsonaro. Marina Silva aparecia com 10% e o então pré-candidato Joaquim Barbosa (PSB) aparecia em quarto, com 8%. Em um cenário em que Lula não disputava, o pleito se tornava mais acirrado entre os candidatos Jair Bolsonaro e Marina Silva, com 17% e 15%, respectivamente, e empate entre Ciro Gomes e Joaquim Barbosa, com 9% cada um.

Dessa forma, é possível observar que o principal fator de decisão nas duas pesquisas realizadas é a presença ou não de Lula na disputa, sendo os principais afetados pela sua possível saída os candidatos Marina Silva e Ciro Gomes, tendo em vista que Jair Bolsonaro permanece com uma porcentagem relativamente estável nos diferentes cenários.

*Graduanda em Ciências Sociais pela Unicamp e integrante do Observatório das Eleições 2018.